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Araruna a dança que virou folclore

Araruna a dança que virou folclore


   A Araruna nasceu a partir das tradicionais danças aristocráticas de salão, de origem europeia, da valorização dos costumes da vida palaciana brasileiras do século XIX. Mas, acabou misturando estilo de dança erudita como a valsa, a polca, o xote, a mazurca (herança do colonizador português) e do estilo popular de caráter folclórico como a dança do caranguejo, o bode e o besouro. Também é compreendida como uma dança de salão, que reúne vários números coreográficos, classificada como uma dança folclórica.  Tudo acompanhado de sanfona e vários outros instrumentos. As músicas são apenas dançadas e não cantadas, apesar de algumas delas possuírem letra. Os cavalheiros usam casaca e cartola. As damas, longos vestidos de saia rodada. O nome Araruna vem de um pássaro preto originário do Pará, que ao cantar pula de galho em galho executando uma espécie de bailado.

Casal dançando Araruna


   Localizada no bairro das Rocas na Rua Miramar há uma sede para a dança Araruna que foi doado pelo prefeito Djalma Maranhão, e tudo começou com o Mestre Cornélio que usava o quintal de sua casa para os ensaios que ele mesmo organizava. Foi o próprio Djalma Maranhão que sugeriu a formação de uma sociedade para essa dança. Fundada oficialmente em 24 de julho de 1956 pelo mestre Cornélio Campina teve como primeiro presidente João Francisco Gregório e primeiro mestre-sala, Chico Vicente. Suas raízes apontam por volta do ano de 1949 sob a direção artística de Mestre Cornélio Campina, sua sede foi fundada em 1962 e apresenta um estatuto registrado além de ser o único grupo de dança do Estado que apresenta um estatuto próprio.
Sede Do Araruna no Bairro das Rocas na Rua Miramar
Metre Cornélio e seus dançarinos
  Em nome desse amor a cultura potiguar, o Araruna vem vencendo as dificuldades e sobrevivendo ao longo das décadas de sua existência. Desde a morte de mestre Cornélio em 2008 aos 99 anos, a bisneta dele, Geane Campina, luta pela manutenção dessa tradição e ensina à dezenas de adultos, jovens e meninos a tradição do Araruna e outras danças antigas e semidesaparecidas.
   Devido as más administrações decorrentes hoje a sede etá em estado precário com IPTU atrasado, água cortada e energia em acordo,  o famoso e bem frequentado Araruna reluta para reabrir as portas e novamente fazer feliz não só aos frequentadores, mas também a todos de bom senso que entendem a riqueza cultural que nos representam. Nossos representantes políticos bem que poderiam ser mais sensíveis, menos  irresponsáveis e tomar posse desse problema, mas quando o assunto é  Educação, Cultura, e de um modo mais gritante ainda quando se trata de Cultura Popular. A dança Araruna é o que temos de mais autêntico, de mais representativo no nosso folclore. É única. Não se enquadra em nenhum dos Autos Populares, ou das Danças de Roda derivadas do Coco. É diferente, tem peculiaridades próprias. E é linda! Bonita de ver e de dançar.

Texto: Ana Michelle Barros

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